DA MATA ATLÂNTICA AO XINGU
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O livro será despachado pelos Correios e o custo total é de 20 reais.
UMA APRESENTAÇÃO
Pedro Geiger.
O mundo é uma sucessão de acontecimentos
formando cadeias, umas originadas das outras. Na sucessão das cadeias da natureza,
surgiu a cadeia da vida, seguida da cadeia da vida humana e de suas formas de
desenvolvimento social.
Um destes encadeamentos me faz aparecer,
inesperadamente, no meio da produção deste livro, fazendo a apresentação da
obra, de um autor que até então eu desconhecia. Escrevo esta apresentação a
pedido de um querido amigo meu, amigo de um amigo do autor.
A palavra cadeia é usada também popularmente
para designar a prisão. E as prisões não permitem muita ação aos detentos, conduzem
a desconfortos e reflexões. As cadeias dos eventos sociais podem ser produtoras
de satisfações, mas, via de regra, elas também, produzem desconfortos e
angústias, que levam os homens a procurar alívios. Alívios que podem tomar a
forma de mudança de ambiente, como a busca de um meio natural para relaxar, ou
de escrever um livro, ou a ambos. As angustias da velhice também conduzem a
estas práticas.
Tratar da questão ambiental, ora em voga na
política contemporânea, atende a muitos objetivos da Economia Política, mas representa
também uma forma social de aliviar, aliviar das pressões impostas pela corrida
tecnológica contemporânea e de seus custos emocionais. Penso serem estes alguns
aspectos do presente livro.
Depois de muitos anos de vida, que deixaram
na memória pesadas atribulações de origem social, o autor, hoje um aposentado
do Banco Central, se retorna para a natureza, para os ambientes florestais e
fluviais onde passou longa parte de sua vida.
Ambientes que deixaram memórias
de momentos de contentamento alternados com momentos angustiantes de perigos, e
que foram vencidos.
O
geógrafo francês Jean Luc Piveteau indaga o espaço como o local da memória
(PIVETEAU, Jean-Luc, Le territoire est-il um lieu de la memmoire? L´Espace Geographique, 24(2): 113-123, 1995).
O trabalho Da Mata Atlântica ao Xingu, de Sergio Barcelar Vahia de Abreu como que
vem confirma a hipótese, tratando-se de uma longa seqüência de memórias da vida
aventureira do autor, desde os meados do século passado.
Aventuras
em terra, ar e mar, por múltiplas regiões rurais e urbanas brasileiras e no
exterior, como o Caribe e a Flórida dos Estados Unidos. O autor entende o dever
social de ligar a sua existência singular ao movimento geral de modo a fazer
aparecer o conceito de “meio” de forma implícita na sua narrativa. Ele
entremeia a estória dos momentos vividos em real com informações sobre os ambientes
históricos e geográficos de múltiplas regiões do imenso território brasileiro e
do exterior, selvagens, rurais e urbanas.
O livro se encontra escrito numa linguagem coloquial,
onde os pais são chamados de papai e mamãe. Sem maiores pretensões de uma
contribuição científica, o leitor se depara com uma espécie de sobrevivente, contando
as suas aventuras, dede um longínquo passado, com descrições e imagens de
tipos, como os Vilas Boas e os Nutel, heróis do passado, de uma época anterior
ao atual populismo, até o presente. O destaque é a prática de ajuste do homem
comum aos ambientes e populações que ele encontra.
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