sexta-feira, setembro 18, 2020

POUSADA SUIÁ, NO ARRAIAL DO CABO-RJ

 EDIFICANDO UM LEGADO

Fotografias de Artur Vahia


Outra grande paixão de Sergio Vahia era a pesca submarina. Pescava lagostas. Chegou à conclusão de que precisava de uma "base" onde hoje fica o Arraial do Cabo, que na época era apenas uma pequena vila de pescadores. Existia na época, naquela praia, apenas uns dez barcos de pesca.


Comprou um lote e ali, através de um financiamento do Banco do Brasil, conseguiu erguer uma casa. Seria ela sua "base de operações" para seus mergulhos. Era dali que ele partia mar adentro para capturar suas lagostas.

O terreno ficava em uma região cheia de lagos ao seu redor e a grande quantidade de mosquitos incomodava.


Sergio construiu o imóvel, uma casa térreo, com tamanha segurança e base forte que foi possível ampliar a construção, erguendo ali um grande sobrado.

Sergio teve problemas em um de seus mergulhos, sofrendo um acidente que quase ceifou sua vida. Impossibilitado de continuar com seu esporte predileto. Por volta do ano de 1989/90, decidiu transformar a casa em uma pousada, já que sua filha (Fernanda) havia cursado Turismo e Hotelaria. 


Surgiu então a Pousada Suiá. Com 12 suítes, a 500 metros da praia do Forno.

Arraial do Cabo fica a 12 km de Cabo Frio e a 180 km da cidade do Rio de Janeiro. Uma excelente opção para quem quer descansar em uma região mais tranquila.


Entre uma viagem e outra ao Xingu, Sergio teve a ideia de reunir material produzido pelos índios e montar dentro da pousada uma espécie de museu.


Tendo as paredes da pousada decoradas com belíssimos painéis fotográficos, que retratam momentos importantes da vida de Sergio Vahia naquela inóspita região.



Toda a decoração ajuda a dar um clima que faz jus ao nome da pousada.



OBJETOS EXPOSTOS NO MUSEU DA POUSADA


No pequeno museu, criado dentro da pousada, é possível encontrar os mais diversos objetos produzidos pelos índios do Xingu.


Belíssimos cocares...


Redes de fibras vegetais...


Colares, tapetes (forros) multicoloridos...


BORDUNAS
Arma importante da cultura bélica indígena, a borduna não era ferramenta do uso diário como o arco e flecha, se destinando unicamente para a guerra. A borduna nada mais é do que uma clava - um pau pesado em uma extremidade, que causava danos pelo impacto direto. As formas dessa arma (comprimento, peso, forma de decoração, etc) - e até nomes (borduna, manacã, tangapema, iviragapema, tacape, etc), variam de grupo indígena para grupo indígena.


Objetos de valores inestimáveis que trazem boas recordações para quem viveu aquelas visitas ao "Paraíso Verde" do Xingu.



Cestos, vasilhas em forma de animais (feitas de barro ou madeira)...


Remos de diversas etnias... tudo exposto e organizado de maneira a aguçar a curiosidade daqueles que se interessam pelo assunto.


Remos de madeira e cestos


Artesanato, "onça comendo macaco", feita por índio Trumai.


Canoa de casca de Jatobá
Tecnologia milenar quando era usado ainda o machado de pedra, que como sabemos não corta, dilacera, e assim podia cortar a casca relativamente mole daquela árvore.


Canoa de casca de Jatobá eram fabricadas de maneira simples, de um tronco de jatobá, que é uma árvore alta. Prepara-se, primeiro, uma armação de estaca, diante do jatobá, cortando-se, depois, pela metade o madeiro cilíndrico a golpe de machado. Logo após essa comprida peça é cortada em forma de canoa. A fibra da árvore era flexibilizada pela ação do fogo mantido na concavidade, de forma a se conseguir, por meio de alçapremas, o encurvamento das partes da frente e de trás. Alguns paus, fincados por dentro, não permitem que as beiras da canoas dobrassem muito para dentro. A grossa película fibrosa é impermeável à água.











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