O POVO INVISÍVEL
Dulce Madalena Rios Pedroso
Este livro nasceu de um cruzamento felizmente não único, mas sempre raro, entre o dever - a razão - e a paixão.
O dever - é uma Dissertação de Mestrado de História - é aqui a necessidade de titulação, a carreira universitária, o acesso ao stablishment. Tudo legal, lógico, organizado, científico. E deve conferir à autora o direito de ostentar esse quid indefinível de esnobismo e bolor da comunidade científica.
O livro tem, pois, rigor, método, pesquisa original.
Mas quem conhece a professora Dulce sabe que, muito mais que tudo isso, o livro tem Paixão. De todos os cientista, os únicos verdadeiramente apaixonados no sentido original da paixão, "amor cego à primeira vista", são os antropólogos. Dulce está nessa grande linha de criadores da antropologia científica, que fizeram da pesquisa das origens e das formas tangenciadas do vive da humanidade uma razão de vida. E criaram uma forma de pesquisa que se faz mais pela participação e pela longa paciência.
Talvez o leitor não possa perceber diretamente as semanas e os meses de pesquisa de campo da professora Dulce à procura dos Avá-Canoeiros e, mais que raro, de uma ambientação e uma empatia; mas certamente ao leitor não escapará a paixão da pesquisa pelo passado, o presente e o futuro dos índios, no microcosmo dos Avá, porque o amor não se pode fingir nem, tampouco, ocultar.
Luís Palacin
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