Jacaré abatido no rio Areões - Sergio e o índio xavante Morino - 1950.
A melhor ferramenta das expedições pelo Mato Grosso, o avião Cessna 170, prefixo PT-BUL
DESCANSANDO NO ACAMPAMENTO TATU CANASTRA:
Sergio Vahia
Orlando Villas Boas
Claudio Villas Boas
Sergio Vahia com criança indígena.
Alguns membros da equipe da Expedição Xavantina-Cachimbo:
Sergio e Raimundo "Sonhador"
Grupo de expedicionários da Expedição Xavantina-Cachimbo.
Sergio orientando tratorista durante trabalhos de abertura de estrada.
Travessia de máquinas pesadas e equipamentos através de balsa pelo Rio das Mortes, em Xavantina.
Duas fotografias emblemáticas tiradas em uma elevação da região do Capoto. A primeira foto foi usada como capa do livro de Sergio. Na foto de baixo, aparecem Claudio, Pionim, Brecoché, Orlando e Raoni.
Os índios Suiás:
Índios Suiás ainda curiosos com a chegada inesperada do branco "atrevido" (Sergio).
Líder da tribo, Pentotê, pai do atual líder Kuiuci.
Kuiuci, em 1959, atual "chefão" da tribo Suiá.
Sergio Vahia garantindo o almoço, após subir o rio Arraias por 15 dias.
Canoa da Expedição "ajojada" à canoa dos índios Jurunas - Sergio pilotando.
Kurumatá, mulher do Kamaiurá Takumã
Sergio pilotando barco feito com chapas de aço no rio Kuluene (1953)
MARCAÇÃO DO CENTRO GEOGRÁFICO - 1958
O marco.
Observem o cipó enrolado em volta do marco.
Foi a trena de medida usado para fazer os cálculos durante
a expedição. Do rio Xingu ao Centro Geográfico são 18,2 km.
Orlando e Franklin
Sergio Vahia.
Raoni (com 18 anos) e Pszaká Juruna
Adrian Cowell e Chileno, na Expedição do Centro Geográfico (1958)
Orlando e o cachorro "Alemão", que dias depois foi vítima de um ataque de onça.
Sergio dando rumo à picada.
"Matando o pau e mostrando a cobra"
Sergio com sua "jibóia" exposta, na picada do Centro Geográfico.
Sergio em pose de artista de cinema.
Raoni, garoto propaganda da ESSO.
Por oportuno, aproveitando esta rara oportunidade de me expressar, relato trecho do meu livro (Da Mata Atlântica ao Xingu) intitulado "Água" a propósito da abominável seca que o Brasil esta passando. Na Amazônia grupos organizados, ou não, fazem o que querem tomando posse, desmatando, queimando e envenenando as águas com mercúrio (nos garimpos de ouro).
É uma terra de ninguém, ou melhor, só deles, pensem bem.
A chuva no Brasil é uma decorrência indiscutível das florestas.
A base de todos esses crimes e outros "suicídios" é somente ela: a impunidade que tudo garante.
ÁGUA
(Páginas 279 a 283)
Rio preservado, sem a ação predatória do homem.
É indiscutível a visível mudança climática. E para bem pior. Estamos esquentando inexorável e perigosamente, não há dúvidas.O retorno está cada vez mais problemático, pois exigirá grandes e difíceis mudanças socialmente traumáticas. Será muito utópico um consenso mundial.
Ninguém quer abrir mão das envolventes e gostosas benesses da modernidade e das tecnologias. Nem eu.
Frondosas florestas dando lugar a pastos e lavouras.
A água está escasseando de maneira bem clara. Diversas regiões da nossa terra estão se desertificando. Geleiras eternas estão se derretendo. Agravando, ainda mais, a explosão demográfica nos últimos dois séculos, implica em mais produção de alimentos, o que requer maiores áreas destinadas à agricultura. Isso quer dizer mais desmatamento. Com menos florestas, teremos menos chuvas. Tudo isso é óbvio e ululante. Sem querer fazer trocadilhos: estou querendo fazer chover no molhado.
Lavoura à margem de um córrego. Mata ciliar completamente destruída.
Continuando o meu alerta. De nada adiantam os progressos econômicos e as benesses sociais se daqui a pouco não houver mais água. Não resolvem totalmente as caríssimas instalações de reuso, represas, barragens e caixas d'água. Se não chover não haverá água para enchê-las Eu, desde jovem e até hoje, venho cruzando sistematicamente por terra este nosso Brasil. É natural que, ao viajar ao Centro-Oeste e Sueste, tenha acompanhado as mudanças havidas na paisagem no decorrer das últimas décadas (desde 1944). Sempre que passo por uma ponte ou mesmo um simples mata-burro, saboreando a natureza, avalio tudo sem querer, principalmente as matas ciliares (a base de quase tudo isso), além de outras matas, cerrados, pastos, lavouras, etc. Em fevereiro de 2014, fui de automóvel a Xavantina, fazer parte da Festa Anual da Associação dos Pioneiros da Marcha para o Oeste, da qual faço parte. Na volta, ao passar pela longa ponte sobre o rio Paranaíba, divisa do estado de Minas Gerais e Goiás, vi com grande pesar o volume ínfimo das suas águas. Fiquei chocado. Aquilo era uma triste amostragem do que está acontecendo em toda a região. Nunca tinha visto tamanha secura. Diversas praias surgiram. Passo por ali há anos. Mais uma seca sem igual e poderemos substituir a ponte por um mata-burro.
Mata ciliar reduzida a um pequeno filete de árvores, insuficiente para cumprir o seu papel de proteção.
A intensidade e a velocidade do desmatamento, sem sombra de dúvida, representam suicídio bem próximo de boa parte de nossa espécie. É natural que todo empresário queira lucrar o máximo. Os ocupantes das terras não são exceções. Estes, na ânsia de extrair mais e mais, ficam cegos pela ganância e desmatam tudo. Para ganhar um pouco mais, percentualmente inexpressivo, atropelam também a matas ciliares, qualquer que seja o tamanho do rio, córrego ou mesmo "olho d'água". Uma verdadeira loucura.
"Logo a ponte poderá ser substituída por um mata-burro".
Estão acendendo o pavio de bomba de retardo debaixo dos seus rabos. Em breve eles e os seus filhos ficarão sem água, contribuindo assim para a secura geral. Tal cegueira tem explicação, em uma teoria que criei: quando o olho de uma pessoa cresce visando algum expressivo e sonhado prêmio, a cabeça passa a não entender mais nada. Só vê o lucro. Ficam completamente anuladas a razão, a inteligência, a cultura e a malandragem, nada mais funciona. Só o prêmio passa a interessar. São criadas confiantes justificativas. É incrível. Resumindo: quando o seu olho crescer, cuidado.
Pequenas nascentes formam córregos e que por sua vez formam os rios...
É importante entender que os rios não possuem água própria. Eles se nutrem quase totalmente dos milhares de riachos que coexistem nas suas bacias. Estes, por sua vez, nascem em modestos olhos d'água. Tais diminutos desmatamentos de pequenas propriedades, multiplicados por alguns milhares, juntamente com o volumoso, insensato e criminoso desmatamento da floresta amazônica vem provocando, agora, de forma inequívoca no sul e sueste do Brasil, agora com grande foco no estado de São Paulo, seca nunca vista com consequente falta de água nos reservatórios. Estamos caminhando inevitavelmente para o caos. Lembremos da nascente do nosso amado e histórico rio São Francisco, recentemente expostas na mídia. E agora a desgraça ocorrida na bacia do Rio Doce. Eu quase chego a chorar. Não é pra menos.
Uma nascente e suas águas cristalinas.
Com muita saudade, me lembro que há bem poucas décadas, entre os meses de dezembro e março, chuvas e chuviscos se revezavam ininterruptamente, dias e noites, por semanas. Era costume se dizer "está invernando". Quanta água e quanto verde celebrando a natureza. A cidade de São Paulo era conhecida como "a terra da garoa". Hoje ninguém mais sabe nem o que é garoa. Nada mais disso veremos graça ao "olho grande" do nosso infeliz e ignorante povo, que sofre de "lavagem cerebral" orquestrada por uns poucos loucos e vendidos. Sem saberem, se suicidam também.
Os urbanos, naturalmente enclausurados nas suas cidades, não tem como acompanhar bem tais mudanças. Que sorte (ou azar). O que os olhos não veem, o coração não sente. Agora, parece que estão começando a desconfiar. Já era tempo. Para reverter o nosso quadro trágico e simples, porém utópico. Primeiro seria acabar com o desmatamento da Amazônia e com a corrupção que anula qualquer fiscalização. Segundo, obrigar os ocupantes do resto das terras a reflorestar aos poucos, mas de maneira contínua, obedecendo metas obrigatórias. Tudo isso com incentivos, orientação e outros instrumentos a serem criados e aperfeiçoados. As matas ciliares e nascentes dos córregos teriam prioridade.
Reflorestar é preciso... e possível.
Ultimamente tenho visto documentários na TV a cabo, sobre casos de recuperação de riachos e olhos d'água que passaram a produzir água para os seus benfeitores. A recuperação é simples, retira-se todo o capim existente e cerca-se tudo para o gado não pisotear o solo. O resto é só esperar e deixar por conta da natureza. Em poucos anos a área se recupera bem.
Também vi documentários sobre recuperação de mangues, cujo procedimento é limpar, plantar e semear sementes e esperar. Após uns quatro a cinco anos surge um novo mangue, com 4, 5 metros de altura, indispensável berçário de um sem número de seres marinhos que representam a saúde dos oceanos, vitais para nós humanos.
Além dos casos documentados na mídia, pode-se ver na orla da lagoa Rodrigo de Freitas, ao lado do Copacabana, no Rio de Janeiro, mangues que ressurgiram com vitalidade, após trabalhos sistemáticos de grupos de entusiastas. Possui até vários bandos de capivaras. Há também recuperações em pequenos trechos no fundo ba baía de Guanabara.
Revitalização de mata ciliar.
A nossa esperança é que a mentalidade dos nossos políticos e ruralistas despertem e tomem medidas imediatas e efetivas, inicialmente as que dizem respeito à conscientização geral, que seria o primeiro passo para a solução. E isso enquanto há tempo, caso contrário o nosso Titanic afundará com uns na primeira classe e outros na terceira, com direito à orquestra tocando no convés uma conhecida marchinha carioca de Carnaval. "É hoje só, amanhã não tem mais". Tudo isso graças às pessoas ignorantes induzidas e enganadas, que votam em políticos omissos ou àqueles que se vendem e ruralistas que tudo veem e entendem, mas por ganância não querem enxergar a realidade. O pior cego é aquele que não quer ver.
Por falar em água, voltemos ao rio Xingu, no seu Parque Indígena. Lá, de uns tempos pra cá, os índios sob pena de contrair doenças sérias e exóticas, estão impedidos de beber suas águas. Estão contaminadas por produtos tóxicos de centenas de córregos da sua bacia, que estão por sua vez cercados por vastas plantações de monoculturas, onde defensivos agrícolas acabam indo parar no leito dos rios e riachos, e por fim no Xingu.
A saúde do ambiente e de todos os humanos e animais daquela bacia sofre,m paulatinamente. Já se encontram em níveis inaceitáveis de toxidade. É preciso lembrar que a caça e a pesca é a principal fonte de alimentação dos índios.
Para contornar o problema, em quase toda a aldeia indígena existem poços artesianos cavados mata adentro, longe das margens daquele grande rio.
FLORESTA DA TIJUCA (REFLORESTAMENTO)
Encravada na cidade do Rio de Janeiro, encontramos o maciço da Tijuca, contra-forte da Serra do Mar, que acompanha quase toda a nossa costa oceânica. Nela existia exuberante mata pertencente à conhecida Mata Atlântica. Foi totalmente derrubada para o plantio de café e cana-de-açúcar, com o surgimento de várias fazendas. Das suas encostas desciam fartos ribeirões, fornecedores principais das águas da cidade. Entretanto, no final do Império, as águas começaram a escassear. O caos hídrico era iminente. Em 1861, D. Pedro II, para recuperar o abastecimento, contratou o major Archer para reflorestar toda a área. O imperador, inteligente, culto e interessado em modernidades, foi o nosso primeiro ambientalista efetivo, acredito.
Antiga entrada da Floresta da Tijuca. A região foi desmatada no início do Século XVIII com o cultivo do café e cana-de-açúcar, a exploração de lenha e carvão. O período de maior devastação foi no início do Século XIX, em 1820, quando, de acordo com os dados históricos do Parque, propriedades com lavouras que tinham entre 5 e 100 mil pés de cafés se instalaram na região.
O major, com mais 13 escravos diretos, plantaram cerca de cem mil mudas no decorrer de 13 anos. Cobriu, com sucesso, aproximadamente 4 mil hectares. Com o tempo ressurgiu extensa, rica e nova mata Atlântica (secundária), com monumental vegetação e grandes árvores. Seria interessante para as pessoas que não a conhecem, fazer uma visita a ela. É impactante demais. A Mata Atlântica tem um sabor único, inigualável. É a maior floresta urbana do mundo, conhecida internacionalmente como Parque da Floresta da Tijuca, exemplo vibrante de reflorestamento. Um tesouro carinhosamente louvado e conservado pelos cariocas.
O Cristo Redentor é um dos monumentos que atrai os 2 milhões de visitantes anuais do Parque Nacional da Tijuca.
Uma das atrações escondidas no interior do Parque.