segunda-feira, maio 30, 2011

RIO DOURADOS


UM "PASSEIO" PELO 
RIO DOURADOS
Sábado combina com aventura...



por PC Castilho


Uma parte dos moradores de Aparecida de Goiãnia, tem o hábito de frequentar os balneários próximos da cidade de Nova Fátima (onde existem os famosos jaboticabais). A região realmente é bem atrativa, mas temos (eu e Ernesto) por hábito escolher os lugares menos frequentados. E foi justamente isto que aconteceu no dia 28 de maio passado, quando decidimos explorar uma região do rio Dourados que ainda é praticamente inexplorada.

A região fica próxima ao povoado de RONELANDIA, pertencente à comarca de Cromínia-GO. O acesso pode ser feito pelas rodovia BR-153, ou pela GO-040, saindo de Goiânia e passando por Oloana (Rasga Saia).


Optamos iniciar a viagem pela BR-153 e retornar pela 040, assim faríamos o círculo, possibilitando conhecer o povoado de Ronelandia, o qual era completamente desconhecido por nós.

Na foto acima é possível ver a estrada de terra (que não é das piores) que leva à ponte que cruza o Dourados. Este pequeno riacho que você vê na foto acima (veja em detalhe na foto de baixo) já nos indicava as belezas que iríamos encontrar alguns quilômetros à frente.


É impressionante a sensação de liberdade que se tem em uma região como essa. Como passei boa parte de minha infância no interior de Goiás (Em Aloândia... a melhor fase da vida de criança), senti que não era preciso me afastar muito de Goiânia para voltar às orígens.


A ponte sobre o rio Dourados é fácil de ser identificada: ela cruza por sobre uma espécie de 'canyon' rochoso. Há vestígios de visitantes nas proximidades da ponte, mas nossa idéia era subir até uma região (que vimos pelas imagens do satélite) onde há duas grandes serras e um outro rio encontra com o Dourados.


Como não existe estradas que leva até o ponto do nosso objetivo, tivemos que fazer uma caminhada de 4 km pelas margens do rio, que não é fácil de ser percorrido por causa da vegetação fechada, espinhos e até mesmo o relevo escarpado em alguns pontos.


Várias vezes fomos forçados a passar por dentro da água, nos pontos onde o mato se fechava completamente nos pés de pequenas serras.


Durante todo o percurso, só avistamos uma fazenda próxima da margem (por volta de 1.700 metros da ponte).


No meio do caminho avistamos uma enorme capivara, que assustada com a nossa presença, mergulhou nas águas. Um pouco mais adiante, outra surpresa... vestígios de uma antiga base de ponte feita com pedras do local. Na margem direita ainda é possível notar sinais de uma antiga estrada, mas a grande questão é em relação à margem esquerda: a ponte daria de frente com o pé de uma elevadíssima serra. A pergunta que fica é: teria a antiga estrada sido assoreada pela terra e coberta pela vegetação da serra? Isso me faz pensar que, se havia mesmo ali uma ponte, isso já faz mais de três décadas.


Passando pelo que consideramos  ser a antiga estrada, chegamos ao encontro dos dois rios, por onde fizemos a travessia a nado para continuar explorando o Dourados. Notamos que o rio que deságua nele tem muito mais volume de água.


Na foto acima é possível ver o encontro dos dois rios. O Dourados é o da direita.


Depois de mais de três horas de caminhada, encontramos o nosso troféu... uma belíssima chachoeira que passa por dois grandes paredões rochosos.
O lugar é belíssimo, tranquilo. Não há vestígios de que pessoas tenham ido ali recentemente (se foram, tiveram comportamento exemplar, não deixando nenhum lixo para trás).
Se explorado para o turismo, com certeza seria um grande atrativo.


Após uma tentativa de transpor o obstáculo pela água, decidimos que seria melhor subir por uma encosta do paredão rochoso que forma a cachoeira.


Após uma longa subida, conseguimos avistar a profunda garganta. A altitude é vertiginosa. Ernesto insistiu que deveríamos achar um ponto e descermos até a água. Ele tomou a dianteira e conseguiu achar um ponto ideal.


Chegamos ao fundo da garganta, mas não foi possível chegar próximo do ponto onde a cachoeira é formada. As rochas são escorregadias e sem o equipamento necessário não foi possível concluir a tarefa.


Nosso retorno até o ponto de partida foi feito em grande parte por dentro da água. Estávamos equipados com coletes salva-vidas. Em alguns pontos, devido as corredeiras com pequenas quedas, fomos obrigados a passar pela margem. As pedras do leito são lisas e raramente possuem pontas, tornando possível uma descida segura e agradável.


Ernesto, em um momento de nossa descida.


Nas margens do rio é possível notar que nos períodos de chuva a água atinge uma altura espantosa (mais ou menos 5 metros a mais).


Nos meses de janeiro e fevereiro, o Dourados nesse ponto deve ser ideal para a prática de caiaque em corredeiras. Alguns pontos podem chegar ao nível 3. Fica aqui o meu convite para que façamos isso no Carnaval de 2012. Alguém se habilita?



Um fato curioso que aconteceu conosco é que quando estávamos voltando para a ponte, encontramos pelo meio do caminho um grupo de pessoas que estavam armando acampamento em uma da margens. Pelas marcas no local e pela estrutura montada, percebemos que eles costumam ir sempre ao local. Perguntamos se eles sabiam o nome do rio que encontra com o Dourados lá perto da cachoeira. Para nosso espanto, eles não tinham conhecimento do rio e muito menos da cachoeira.


Repetimos a mesma pergunta para um casal que passou por nós em uma motocicleta na ponte. O casal nos vendeu uma deliciosa linguiça caseira de porco. A moça, que apresentava por volta de vinte anos, nos disse que nasceu na região mas que desconhecia completamente a tal cachoeira. O rio, pelo que tudo indica, trata-se do Rio das Pedras, que passa entre Aragoiânia e Oloana.


O rio Dourados é sem dúvida uma grande atração para o turismo. Não é preciso ir longe para se deliciar em suas águas. Se você ainda não conhece, não perca tempo. Organize sua família, reúna seus amigos e ponha o pé na estrada.