quinta-feira, fevereiro 23, 2017

DEPOIMENTO EM VÍDEO: O CONTATO COM OS ÍNDIOS SUIÁS



Depoimento gravado em 2011, na aldeia Boa Esperança.


O intérprete do vídeo acima é Aroldo Trumai, chefe da aldeia Boa Esperança, a qual visitamos em 2011. Na foto acima, Aroldo era funcionário da Fundação Brasil Central, trabalhando na Base Aérea do Cachimbo.

Aroldo e Sergio Vahia, em mais uma visita amigável ao amigo indígena.

Em 2008, durante a Expedição de Remarcação do Centro Geográfico, a equipe foi pega de surpresa por um forte vendaval de chuva. Já era quase noite e procuravam um lugar para acampar. Avistaram luzes no meio da mata. Era a aldeia Boa Esperança. Sergio, como nos velhos tempos, chegando de surpresa, foi muito bem acolhido pela tribo, conseguindo abrigo seguro para todos os membros da expedição.

Paulo Castilho, no porto da aldeia. 






LIVRO PARA DOWNLOAD


DA MATA ATLÂNTICA AO XINGU

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Os interessados em receber a edição do livro impresso devem entrar em contato comigo através do email hqpoint@gmail.com
O livro será despachado pelos Correios e o custo total é de 20 reais.

    UMA APRESENTAÇÃO

                                               Pedro Geiger.
  
   O mundo é uma sucessão de acontecimentos formando cadeias, umas originadas das outras. Na sucessão das cadeias da natureza, surgiu a cadeia da vida, seguida da cadeia da vida humana e de suas formas de desenvolvimento social.

   Um destes encadeamentos me faz aparecer, inesperadamente, no meio da produção deste livro, fazendo a apresentação da obra, de um autor que até então eu desconhecia. Escrevo esta apresentação a pedido de um querido amigo meu, amigo de um amigo do autor.

  A palavra cadeia é usada também popularmente para designar a prisão. E as prisões não permitem muita ação aos detentos, conduzem a desconfortos e reflexões. As cadeias dos eventos sociais podem ser produtoras de satisfações, mas, via de regra, elas também, produzem desconfortos e angústias, que levam os homens a procurar alívios. Alívios que podem tomar a forma de mudança de ambiente, como a busca de um meio natural para relaxar, ou de escrever um livro, ou a ambos. As angustias da velhice também conduzem a estas práticas.

   Tratar da questão ambiental, ora em voga na política contemporânea, atende a muitos objetivos da Economia Política, mas representa também uma forma social de aliviar, aliviar das pressões impostas pela corrida tecnológica contemporânea e de seus custos emocionais. Penso serem estes alguns aspectos do presente livro.

    Depois de muitos anos de vida, que deixaram na memória pesadas atribulações de origem social, o autor, hoje um aposentado do Banco Central, se retorna para a natureza, para os ambientes florestais e fluviais onde passou longa parte de sua vida.   Ambientes que deixaram  memórias de momentos de contentamento alternados com momentos angustiantes de perigos, e que foram vencidos.  

    O geógrafo francês Jean Luc Piveteau indaga o espaço como o local da memória (PIVETEAU, Jean-Luc, Le territoire est-il um lieu de la memmoire? L´Espace Geographique, 24(2): 113-123, 1995). O trabalho Da Mata Atlântica ao Xingu, de Sergio Barcelar Vahia de Abreu como que vem confirma a hipótese, tratando-se de uma longa seqüência de memórias da vida aventureira do autor, desde os meados do século passado.

   Aventuras em terra, ar e mar, por múltiplas regiões rurais e urbanas brasileiras e no exterior, como o Caribe e a Flórida dos Estados Unidos. O autor entende o dever social de ligar a sua existência singular ao movimento geral de modo a fazer aparecer o conceito de “meio” de forma implícita na sua narrativa. Ele entremeia a estória dos momentos vividos em real com informações sobre os ambientes históricos e geográficos de múltiplas regiões do imenso território brasileiro e do exterior, selvagens, rurais e urbanas.

   O livro se encontra escrito numa linguagem coloquial, onde os pais são chamados de papai e mamãe. Sem maiores pretensões de uma contribuição científica, o leitor se depara com uma espécie de sobrevivente, contando as suas aventuras, dede um longínquo passado, com descrições e imagens de tipos, como os Vilas Boas e os Nutel, heróis do passado, de uma época anterior ao atual populismo, até o presente. O destaque é a prática de ajuste do homem comum aos ambientes e populações que ele encontra.